Jardim Francês do Museu do Ipiranga

Jardins são um dos espaços urbanos mais democráticos da história das cidades. O Jardim Francês do Museu do Ipiranga não foge à regra, foi criado para ser um espaço de contemplação paisagística e de convívio para toda sociedade. O restauro da vegetação do Jardim francês pretendeu ressignificar o projeto idealizado pelo paisagista francês Félix Émile Cochet, concebido especialmente para as comemorações do Centenário da Independência do Brasil em 1822. Com o aprofundamento da pesquisa histórica, subsidiada pelos estudos do historiador Paulo Garcez, foi tomada como base a essência híbrida do jardim ao longo dos anos. A presença de referências das matrizes projetuais francesas junto a características genuínas da vegetação implantada, bem como a utilização do piso em mosaico português, tornam esse jardim num legítimo jardim histórico brasileiro. Para o desenvolvimento do trabalho, foi realizado o levantamento em campo das es¬pécies existentes e eleboradas diretrizes projetuais, baseadas nas Cartas patrimoniais de preservação e restauro de jardins históricos. Na sequência, foi realizada uma pesquisa iconográfica para identificação dos elementos originais do jardim, o plano de manejo da vegetação existente e, por fim, o projeto de paisagismo para a situação pretendida. De modo geral, a proposta do restauro da vegetação foi conservativa, no que diz respeito a preservação das espécies originais, e pro-positiva para o futuro, com a organização da sua estrutura essencial a ser restaurada e mantida. Desse modo, pretendeu-se entender a história do Jardim Francês e recontá-la dentro do contexto mais atual, permitindo novas relações culturais e sociais, valorizando o passado e reinventando o presente.