Concurso Anexo BNDES

Projeto Institucional     |     Não realizado

Rio de Janeiro – RJ
2014


Autores

Anna Juni, Enk te Winkel, Gustavo Delonero, Pedro Ivo Freire, André Nunes, Florencia Merguerian, João Sodré, Julia Reis, Marina Canhadas, Bruno Carnevalli , Guilherme Tanaka, Júlia Masagão , Raul Pereira Arquitetos Associados, Afaconsult , Ericlis Pimenta Freire e Karyn Rodrigues

Realização

Banco Nacional do Desenvolvimento

Premiação

2º colocado

O MORRO PEDE PAISAGEM

O projeto foi pensado considerando a paisagem do bairro e o Morro de Santo Antônio como elementos estruturantes. Presente em praticamente todos os ângulos em que é avistado, o morro cria um contraponto com os três blocos de vidro dos edifícios implantados com essa intenção. Deste modo, o costão vegetado não opera simplesmente como cenário contemplativo mas dialoga, sistemicamente, com a arquitetura, sugerindo que sigam o caminho na vertical, onde é possível acessar o nível da Igreja pelo elevador. O projeto paisagístico procura não mimetizar o corte do morro com o maciço vegetal existente, imitando uma paisagem natural e disfarçando seu corte abrupto, necessário para o cumprimento do programa. A sequência das bandejas de concreto defasadas, sinaliza propositadamente uma intervenção antrópica e este é um dos motivos da visibilidade das camadas ajardinadas sobre as lajes, onde os arbustos se debruçam mas não encobrem todo o vão e a empena. O maciço mais denso ocorre no bosque de árvores nativas, plantado sobre solo natural junto ao acesso ao edifício existente do BNDS. As espécies utilizadas nos jardins sobre laje dos outros pavimentos são, na maioria, de estrato arbustivo não só devido à pouca profundidade do solo (20 cm) mas também como forma de possibilitar uma ampla visibilidade da bela paisagem urbana do entorno. O mesmo tratamento é dado à forte referência e presença dos projetos do Burle Marx: Jardim do BNDS, Petrobrás, Largo da Carioca e mais adiante o Aterro do Flamengo. Muitos elementos são referência a seus projetos: a utilização da pedra portuguesa, o espelho d’água, a grande biodiversidade vegetal e a utilização predominante das espécies nativas do ecossistema do Rio de Janeiro. O respeito a sua obra ocorre, portanto, não pela imitação e continuidade mas pela leitura revisitada num contexto diferente.